Popará

segunda-feira, novembro 20

Bizz 207

Está nas bancas e já faz um tempo a edição 207 da Bizz. Nela estão a entrevista que eu fiz com o baterista do Scissor Sisters e uma matéria sobre o novo pop sueco, esse meu xodó que não passa.

Mas por motivos óbvios (revista tem limitação de espaço, não tem jeito), a pesquisa e quatro entrevistas tiveram que ser espremidas em uma página de texto, e nisso muita coisa bacana foi apenas citada. Por isso, pretendia fazer aqui um guiazinho com todas as bandas, só que não tem dado tempo. E apesar de eu estar em casa hoje, não acredito que conseguirei fazer isso. Fica manifestada a vontade...

sexta-feira, novembro 17

Recomendação de leitura

Uma entrevista ótima com Jason Pierce (Spacemen 3, Spiritualized, J Spaceman) no Guardian. Está aqui.

O melhor trecho vem quando Jason descreve sua recente passagem por uma unidade de tratamento intensivo devido a uma pneumonia séria:

Pierce was in with six other people, each with their own heart monitor, beeping away, an experience he found "really beautiful". "Everyone's heart machines are going at a different rate," he smiles, "you've got all these weird polyrhythms." He knows it sounds stupid, but there he was, on the brink of death, "listening to this music".

E o disco novo está programado para sair nos primeiros meses de 2007. Vamos ver se sai mesmo...

segunda-feira, novembro 13

Música do dia e as músicas do ano

Música do domingo e da segunda. E talvez uma das músicas do ano:

Sunshine Underground - "Commercial Breakdown"

Tá ali com "I Don't Feel Like Dancing", "Made Up Love Song", "Sexyback", "Together", alguma da Lily Allen (to em dúvida qual), "Pull Shapes", aquela primeira do Decemberists, "Crazy","Chasing Cars"...

Ladytron

Entrevistei a Mira Aroyo, moça super simpática. Cheguei até a ficar com vontade de gostar da banda diante de tanta simpatia.

domingo, novembro 12

Sua majestade

Esta semana, Roberto Carlos estreou sua temporada de shows no Credicard Hall. Pois então, logo na quinta-feira (a noite de estréia) eu estava lá para conferir o mesmo show que ele vem apresentando pelo país há algum tempo e que eu vi ano passado aqui em São Bernardo. Então dá para imaginar que, apesar de bacana, foi um pouco entediante.

Eu pretendia escrever aqui sobre a luta de classes que é um show do Roberto em um lugar daqueles. Falar da pompa e da ostentação, da falta de educação da nossa classe média alta, dos olhares de profundo desprezo que foram dedicados ao meu All Star vermelho ("Como você ousa?", pareciam me dizer as peruas de sapato de salto agulha e vestidos da Renner pagos em cinco vezes sem juros no cartão). Mas perdi a empolgação e resolvi só botar o link para o que escrevi no dia seguinte: é esse aqui.

***

A partir de agora, devo postar aqui com bastante freqüência links para o Ig Pop. Quem adivinhar o porquê, ganha um doce.

BB

Quando eu ficava em casa e tinha tempo pra ouvir um tantinho de Brendan Benson por dia, a vida era mais leve e tudo parecia mais bonito.

terça-feira, novembro 7

The Shins - Wincing the Night Away

O disco novo do Shins, que vazou com uma antecedência assustadora (ele só sai oficialmente no fim de janeiro e já está na internet desde a semana passada) está bastante maduro e muito bem produzido (mãozinha de Joe Chiccarelli, que tem U2 e Beck no currículo). Melodias ainda doces são trabalhadas de forma mais séria e cerebral, menos imediata e espontânea. Ele deve demorar mais que o anterior, Chute Too Narrow, para conquistar, mas prevejo que logo vai se impor como o melhor álbum da banda. Apenas tenho um certo pesar ao sentir que falta nele muito da inocência que o Shins tinha nos dois primeiros discos.

Pensando bem, não sei dizer se quem perdeu a inocência foram eles ou fui eu.

sexta-feira, novembro 3

Gonna make you, make you, make you notice

O que seria dos anos 80 sem os Pretenders?



E Back on the Chain Gang e Kid e Message of Love e Don't Get Me Wrong e Stop Your Sobbing. Hits, hits, hits. E ainda tem Meat is Murder com Johnny Marr e - ahn? - no Altas Horas do Groisman. E Message of Love na TV em 81 e Brass in Pocket em outro programa em 1980.

Leonard, o coadjuvante

Contra todas as minhas previsões, acabei conseguindo assistir ontem Leonard Cohen - I'm Your Man, documentário que estava sendo exibido na Mostra de São Paulo. Até onde eu sei, esta seria a última exibição, então até acordei cedo e corri pro Reserva Cultural.

E depois de uma longa espera (foram meses aguardando o anúncio da seleção da Mostra, e depois mais uma horinha e pouco ali em torno do cinema), saí bastante decepcionada da sessão. Do que se diz que foi uma longa entrevista com o compositor canadense, poucos minutos são mostrados. O filme gasta a maior parte do tempo (uns 4/5, mais ou menos) mostrando intérpretes que não conhecemos e alguns poucos conhecidos se esforçando para estragar canções que não mereciam ser tratadas daquela forma. Nick Cave e Jarvis Cocker, ótimos, fazem as apresentações que se salvam.

Que Leonard tem um talento raro eu não preciso explicar aqui - e certamente não precisava que o Bono me dissesse também. É um deleite vê-lo na tela, falando calmamente com aquela voz grave, cheio de humildade, de lembranças que o fazem sorrir. Ele fala lentamente, como se pensasse muito em cada palavra, e com isso produz frases que pairam no ar muito tempo depois de terem sido ditas - mas ei, elas estão quase todas no trailer.

Será que é pedir demais que se tenha mais Leonard Cohen e menos Martha Wainwright nesse documentário? Quanto ao irmão dela, o Rufus, que tem uma voz linda, não entendeu que o verso final de "Chelsea Hotel #2" ("That's all, I don't even think of you that often") não é para ser gritado e esticado, e sim jogado com displicência, como se não ligasse mesmo. Ah, esse meu ciúme de músicas que não são minhas...