Simple Plan, 20 de janeiro, Arena Anhembi

É fácil tirar um sarro do Simple Plan. As roupas, as letras, os clipes. E os clichês! Não faltou um único lugar-comum no show que eles fizeram sábado. Mulheres brasileiras são lindas, vocês são a melhor platéia de todas, esse lado contra esse lado, Rio contra São Paulo, a bandeira brasileira. Mas é isso que eles são, um grupo básico do rock mais básico, e é por isso que tem o público que tem: adolescentes, pré-adolescentes, até crianças. Eles viram pouca coisa, são impressionáveis, ouvir pela primeira vez que você é maravilhoso e é a cidade favorita do seu ídolo ainda enche aqueles peitos jovens de orgulho e felicidade. Eu já passei por isso. Você passou por isso também, não negue.

Eu assisti o show lá de trás, junto das crianças e seus pais. Do meu lado, um menino de 11, talvez 12 anos cantava “Welcome to My Life” com um inglês perfeito. Outro pouco mais velho resistia cheio de vergonha ao pai que insistia para que ele subisse em seu ombro. Confesso que ri bastante desses dois meninos e de meninas que passavam por mim chorando, mas não era de escárnio. Eu estava era me divertindo com a lembrança do meu primeiro show de rock. Show que eu vi acompanhada por minha mãe, no qual eu cantava com todas as minhas forças letras que eu não entendia muito bem porque não tinha vivência para entender. A banda que eu fui ver era bosta, talvez até mais bosta que o Simple Plan, mas a emoção daquele show ficou comigo. E está comigo cada vez que eu vou a qualquer outro show. Se eu gosto tanto de shows e todo o seu ritual, foi ali que começou. Ou será que foi no Menudo, em 80 e pouco?

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Fizeram uma versão de “Happy Together” do Turtles. Acho que os pais eras os únicos ali que já tinham ouvido essa música antes, mas ficou legal. Fizeram uma escolha nada óbvia e tocaram direito, fizeram a música parecer deles. Ganharam vários pontos ali.